A tabela Fipe, criada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, é uma referência na negociação de carros, motos e caminhões usados, novos e seminovos.
É assim que funciona a tabela FIPE: enquanto organização sem fins lucrativos, seu intuito é prover dados de alto nível à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (USP) e prestar serviços para o governo e para empresas privadas.
Os pesquisadores fazem uma ampla coleta amostral e calculam o valor médio de cada modelo de veículo disponível no mercado. Em posse dessas informações, são descartados os preços muito altos e os preços muito baixos, considerados irrealistas. Os valores intermediários são usados para traçar a média real de cada opção de automóvel.
Além de estabelecer uma base do valor de mercado do veículo, a tabela é utilizada como referência na definição do valor do IPVA. Lembrando que cada estado possui sua alíquota que é aplicada ao valor venal do veículo, segundo a FIPE.
A consulta do valor do automóvel é bastante simples, sendo feita diretamente no site da Tabela Fipe, no ícone “Preço Médio Veículos”.
Na aba aberta, o usuário acessa um menu com 3 opções de consultas:
- Carros e utilitários pequenos;
- Caminhões e micro-ônibus;
- Motocicletas;
De toda forma, independentemente da aba escolhida, os passos a serem seguidos são os mesmos: o consumidor deve informar a marca do veículo e depois o modelo (que só fica disponível após a escolha da fabricante).
Por fim, informe o ano do modelo e clique em ‘Pesquisar’. Uma tabela mostrará o mês de referência dos dados e o preço médio do automóvel escolhido.
Além disso, é possível visualizar o preço no mês anterior, além de realizar consultar mudando o período (ano) de referência.
A coleta desses dados é realizada mensalmente, o ano todo, e pode ser consultada a qualquer momento pelos motoristas. Devido à sua reputação, a tabela Fipe também serve como parâmetro para o cálculo de seguros dos automóveis.
Por que os valores da Tabela Fipe mudam tanto?
Os valores dos automóveis seminovos e usados têm aumentado sucessivamente, especialmente após a pandemia. Além da inflação, que por si só acresce ao menos 1% ao ano no valor do bem, há um cenário de instabilidade persistente do setor político-econômico, que impede a desvalorização natural de carros e motos.
Ademais, a pandemia afetou fortemente a indústria automotiva. Como resultado, desde o início de 2020, o mercado brasileiro de automóveis teve que lidar com uma situação atípica.
De acordo com especialistas, o primeiro fenômeno a afetar as cotações dos automóveis foi a falta de alguns componentes nas linhas de montagem. Assim, as montadoras priorizaram a fabricação de modelos mais caros, restringindo os mais acessíveis.
O resultado: Carros que eram considerados mais baratos tiveram grande reajuste de preço, que desestimulou a aquisição dos veículos de categorias mais acessíveis. Do outro lado, houve uma supervalorização dos usados, acompanhando as altas dos modelos novos e ganhando ainda mais destaque no mercado.
Hoje, sob influência desse cenário, o comprador em potencial que deseja adquirir um carro zero km paga um valor elevado, além de ter que enfrentar meses de espera até receber o novo modelo.
Por isso, a saída encontrada pelos motoristas foi partir para o mercado de seminovos e usados, que com a maior procura, seguiu a elevação de preços.
Fonte: Garagem360
